sexta-feira, 11 de março de 2011

Pobreza e Fome

    Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome
    A pobreza extrema e a fome crónica tornam o desenvolvimento muito mais difícil. A pobreza conduz à subnutrição e à doença, o que reduz o rendimento e a produtividade económica. Estes, por sua vez, exacerbam a pobreza e a fome pois as pessoas não têm acesso a alimentação, cuidados de saúde e habitação adequados, nem investem na educação dos filhos ou na sua própria iniciativa económica. Esta “armadilha da pobreza” também causa impacto nas perspectivas de desenvolvimento macroeconómico: sem actividade económica e uma base tributária, o governo não pode investir na sua população e os investidores estrangeiros receiam quaisquer compromissos financeiros. 1.2 mil milhões de pessoas por todo o mundo vivem com menos de 1.25 dólar por dia (pobreza extrema). As pessoas extremamente pobres sofrem de fome e subnutrição e não têm possibilidade de aquisição de medicamentos essenciais ou de acesso a água potável e saneamento básico. Residem em casas pouco seguras, não têm tempo nem dinheiro para a educação e vivem política e socialmente excluídas das suas sociedades.
    Situação actual
    A pobreza extrema desceu de 29% para 18%, entre 2000 e 2007. O Objectivo de reduzir para metade o número de pessoas que vive com menos de um dólar por dia, até 2015, permanece alcançável. Tal conquista dever-se-á ao crescimento económico que se verifica na maioria do continente asiático. Em contraste, as últimas estatísticas demonstram que muito pouco progresso foi feito na redução da pobreza extrema na África Subsariana.Estima-se que o aumento do preço dos alimentos leve mais 100 milhões de pessoas a cair na pobreza extrema, sendo as regiões mais afectadas a África Subsariana e o Sul da Ásia, actualmente as regiões onde se verifica o maior número de pessoas a viver em pobreza extrema. A pobreza extrema está indissociavelmente ligada à fome crónica: 850 milhões de pessoas no mundo carecem de uma alimentação suficiente para satisfazer as suas necessidades calóricas básicas. A fome crónica conduz à subnutrição, a carência de vitaminas e minerais, a incapacidade física e mental, à fraqueza e à inanição. Acaba por tornar as pessoas vulneráveis à doença e agrava doenças às quais deveriam poder sobreviver. A proporção de crianças subnutridas com menos de 5 anos de idade diminuiu de 33% em 1990 para 26% em 2006. Contudo, neste ano, o número de crianças com peso abaixo do normal excedeu os 140 milhões. Na medida em que a subnutrição infantil é representativa da fome da população como um todo, o progresso alcançado não é suficiente para atingir a meta deste ODM até 2015. Pior: a situação global será agravada pelo aumento do preço dos alimentos.
    O que falta fazer
    Tanto os países desenvolvidos como os países em desenvolvimento devem tomar medidas decisivas para erradicar a pobreza e a fome crónicas. A Conferência de Alto Nível sobre a Segurança Alimentar Mundial, que decorreu em Roma, em Junho de 2008, identificou um número concreto de passos a dar para mitigar a fome. O mais urgente consiste no aumento da ajuda alimentar e na assistência à população pobre com o intuito dos mesmos obterem o máximo rendimento das próximas colheitas sazonais. Os países pobres têm de reestruturar as suas políticas públicas e canalizar recursos para responder à pobreza e à fome das suas populações, especialmente os marginalizados e os mais pobres, incluindo as populações indígenas, as mulheres e os doentes. Os gastos com os pobres em áreas como a saúde, a educação e a formação profissional têm de aumentar. Algumas medidas essenciais:
    1.      promover os programas de distribuição de refeições escolares;
    2.      velar por que haja suficientes redes de segurança social para minimizar o impacto do abrandamento da economia mundial e da subida dos preços da energia e dos produtos alimentares nos pobres;
    3.      ajudar os países em desenvolvimento, sobretudo na África Subsariana, a melhorar a agricultura de subsistência, a fim de aumentar de uma forma sustentável a produtividade a longo prazo e de dispor de uma base económica mais diversificada;
    4.      promover um acesso equitativo aos recursos económicos e a oportunidades de emprego digno, sobretudo por parte dos grupos desfavorecidos como as mulheres e os jovens.
    A Campanha Objectivo 2015 quer inspirar todos os cidadãos e organizações que acreditam que o Governo Português deve conceder mais e melhor ajuda pública para o desenvolvimento (APD), contribuindo assim para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
       Campanha Objectivo 2015     Av. da República, 15 - 5º andar    1050-185 Lisboa  | Tel: +351 210 501 503    info@objectivo2015.org

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